
03/08/2015
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A menina do céu cor de rosa, de Athylla Borborema
A. Zarfeg
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Li A menina do céu cor de rosa de uma assentada. E não era para menos, pois se trata de jornalismo literário da melhor qualidade, com um pé na informação e outro na emoção, de modo que o leitor seja duplamente beneficiado.
O livro narra a história inocente, intensa e trágica de MSC com riqueza de detalhes, por meio de uma linguagem direta e acessível, o que torna a narrativa ainda mais fascinante e perturbadora.
O título – uma grande sacada do autor – constitui a metáfora da inocência perdida da maneira mais absurda e abjeta possível, mas poderá ser visto também como um eufemismo para o sofrimento da protagonista. À medida que a leitura flui, as coisas se esclarecem. E ficam mais envolventes.
O certo é que a história triste de MSC abarca quatro etapas bem diversas, durante as quais, primeiro, ela é violentada pelo pai, depois se entrega à prostituição, experimenta mil e uma desventuras e, por fim, sucumbe ao fascínio letal das drogas.
Em todas essas etapas, a narrativa é conduzida com competência por Athylla Borborema, que emociona, informa e excita seus leitores com este livro-reportagem que é jornalismo, mas também literatura. Informação, mas também emoção.
Se não bastasse tudo isso, A menina do céu cor de rosa atrai também pelas cenas de erotismo que, de tão picantes, valeram à obra a recomendação de “aconselhável para maiores de 16 anos”!
Somadas, essas estratégias narrativas tornam a leitura deste trabalho digna de elogios, uma vez que prende a nossa atenção da primeira à última página. Ponto para Athylla Borborema.
Diria até que – em cenas como a antológica transa de MSC com o padrasto (e patrão) doutor Alfredo, na biblioteca da mansão – o autor revela um talento que poderá ser utilizado, com sucesso, no chamado erotismo soft tão em voga nos dias de hoje.
Mas vou parar por aqui e deixar que o próprio leitor – que vai sofrer, se indignar e, também, se deliciar com os altos e baixos (mais baixos que altos) protagonizados por Monique dos Santos Costa – tire as próprias conclusões...

POESIA
Santa
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Ah, Izabel
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Haicais
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Quando setembro chegar
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